Cavernas sagradas de Aborígenes de 46 mil anos são destruídas por mineradora


Uma empresa de minério destruiu duas cavernas de significado cultural e histórico, as cavernas Juukan Gorge 1 e 2 foram. Foram usados vários explosivos para destruir o local no ultimo final de semana, disse um porta-voz da mineradora Rio Tinto ao ABC News.

As cavernas Juukan Gorge 1 e 2 ficam localizados a 60 quilômetros a noroeste do monte Tom Price, que fica no oeste do planalto de Hamersley. Muitos arqueólogos estudaram essas cavernas e nelas descobriram que os aborígenes já ocupavam esses locais há mais de 46 mil anos, sendo uma das cavernas mais antigas do mundo já habitadas.

Em escavações feitas em 2014, artefatos valiosos já foram encontrados em um desses locais que datam de 28 mil anos, e uma mecha de cabelos humanos de 4 mil anos. Com esta mecha de cabelo que foi encontrada, foram feitas análises de genéticas e descobriram que esse cabelo pertence aos ancestrais diretos dos atuais povos que vivem no local, os Puutu Kunti Kurrama e Pinikura.

"É terrível. E é realmente emocionante quando você ouve que os locais foram destruídos e a idade desses locais e que o povo Puutu Kunti Kurrama e o povo Pinikura têm uma conexão direta com esse site. É onde nossos ancestrais ocuparam o país", disse Burchell Hayess, diretor da PKKP Aboriginal Corporation e membro do Comitê de Terras Kurrama. "É muito, muito difícil de engolir - não está mais lá", completou.

O Rio Tinto teve a permisão do Ministro dos Assuntos Aborígenes em 2013, de acordo com a Lei do Patrimônio Aborígene de 1972, feita para favorecer a mineração. Essa lei existe há 48 anos, foi criticada por ser insensível e desatualizada.

Para se defender, a Rio tinto disse em um comunicado: Em 2013, foi concedido consentimento ministerial para permitir à Rio Tinto realizar atividades nas minas de Brockman 4 que impactariam os abrigos de pedra Juukan 1 e Juukan 2. A Rio Tinto trabalhou construtivamente em conjunto com o pessoal da PKKP em uma variedade de assuntos patrimoniais nos termos do contrato e, onde praticável, modificou suas operações para evitar impactos no patrimônio e proteger locais de importância cultural para o grupo ".

Esta lei de 1972 agora passa por revisão, para que não haja situações como essa no futuro.

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